Ontem me peguei pensando sobre a vida. Coisas que para muitos podem ser indiferentes, mas que me tem uma carga emocional pesada. Há quase cinco anos decidi me mudar para Manaus para viver um sonho: o de me tornar médica. Sonho esse que está cada vez mais próximo de se realizar. Às vezes passo o dia vendo vestidos, tecidos, maquiagem, decoração. Mando no grupo da família e vejo eles - em especial minha mãe - se empolgarem junto comigo. E aí vem aquela sensação boa de felicidade, de realização, de dever cumprido. A felicidade imensa de dar essa formatura para os meus pais. Aqueles que viveram o sonho comigo e que querem tanto quanto (ou até mais) que esse dia chegue.
Mas de repente me pego na ansiedade. Eu, que sempre fui da festa, da farra, mas também fui muito família. Meu desejo era compartilhar com todos os parentes e amigos, era viver tudo com eles, era tê-los aqui deslumbrando. E aí vem a tristeza. A tristeza de pensar que confirmado só tem o pai, mãe, irmã, avós e uma amiga. Tristeza de saber que, talvez, se fosse mais perto mais pessoas poderiam estar nesse dia com você. Tristeza em saber que em outras famílias vão vir milhares de pessoas e amigos, que farão de tudo para estar aqui. E no meio disso, saber que não se pode julgar uma pessoa sequer por não poder estar. Saber das dificuldades de cada um e que pra quase todos é, de fato, impossível a vinda.
Quando digo paradoxo do título é sobre esse turbilhão de sensações dentro de mim.
E novamente eu me pergunto: e se eu voltasse atrás, faria tudo outra vez? FARIA, FARIA SIM. Mas o sentimento é inevitável.
A gente se agarra ao crescimento pessoal que teve na experiência. Na certeza de que as coisas são como elas devem ser e que nada é por acaso. Que o UNIVERSO escreve certo por linhas tortas.
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